No ultimo domingo (20), a Colorado do Brás irá apresentou em seu ensaio geral o Pavilhão do enredo do Carnaval 2022 que será conduzido pelo o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira Rafael Santos e Geovanna Souza.
Rafael Santos começou sua trajetória no carnaval lá na cidade de Santos-Sp onde o Santos (Peixe) é o time e a praia é seu escritório, nascido e criado vendo o Carnaval santista teve a oportunidade de desfilar em 2010 pela Escola Bandeirantes do Saboó, passando pela Real Mocidade Santista e a extinta Mocidade Dependente Do Samba onde assumiu pela primeira vez o cargo de Primeiro Mestre Sala, lá viveu bons carnavais e após 5 anos conheceu a Colorado do Brás ( família vermelho e Branco)
“Hoje eu recebo o símbolo do carnaval 2022 da Colorado do Brás, o pavilhão de enredo, a bandeira que contará sobre o carnaval mais esperado de nossas vidas. O pavilhão da escola de samba representa não somente a sua comunidade, mas representa a sua história, seus carnavais e sua tradição. Hoje o menino vindo da baixada santista da mais um passo em sua caminhada, e subo a serra para mais uma vez ser feliz com a minha família vermelho e branco. Agradeço a presidência e diretoria pelo reconhecimento e oportunidade, e hoje posso lhes garantir que tenho mais que motivos para acreditar que não foi atoa que nascemos com o nosso sangue vermelho. Pois em nossas veias corre o amor e as cores de nossa escola que alimenta a batida de nossos corações, Colorado vc é minha alegria e assim sempre será.” Declarou Rafael Santos
Geovanna Souza, 23 anos, nascida e criada na cidade de Santos onde teve a oportunidade de iniciar nessa bela arte do casal de mestre sala e porta bandeira lá em 2012 na Escola Bandeirantes do Saboó , e desde então se apaixonou pela arte e agora esta na Colorado do Brás onde defenderá o pavilhão do enredo 2022
“Hoje, receber o pavilhão de enredo na colorado pra mim é emocionante e o último dia 20 foi com certeza um dos momentos mais marcantes pra mim nessa trajetória do carnaval, foi um momento muito especial, uma passagem de pavilhão linda e muito emocionante e sem dúvidas um dia que eu explodi de felicidade. A comunidade do Brás me encanta a cada dia com toda sua garra, felicidade, bravura e sua energia que é surreal, e hoje só tenho a agradecer pois nós da baixada temos uma admiração muito grande pelo carnaval e pelos casais de São Paulo e poder estar ao lado deles fazendo um trabalho tão lindo é mágico e muito gratificante. E é claro sem contar o enredo tão lindo e forte como o de Carolina Maria de Jesus, é uma honra poder ostentar e defender este pavilhão no carnaval de 2022.” Declarou Geovanna Souza
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Enredo: “Carolina – A Cinderela Negra do Canindé”
Trecho da sinopse:
Chegou o carnaval! De Colorado me enfeitei para a grande noite. Escolhi o vestido mais bonito, Rodado e Colorido, Bordado de estrelas e estórias. Nos pés, sapatos de cristal, refletindo minhas andanças; na cabeça, além do adorno tradicional, há borboletas de memórias, que fiz questão de colocar no papel. Eu sou Carolina Maria de Jesus – Nua e crua, escritora de nascença, Negra e poetiza da vida. Calei-me para o sofrimento, gritei mais alto que pude para o destino que eu escolhi. Eu sou a filha de Dona Cota, Do “Quilombo do Patrimônio”, Menina Bitita, Da pequena cidade de Sacramento; sonhadora e curiosa, chamada por muito de “perguntadeira”, que mesmo vivendo sem eira e nem beira, desde pequena, já lia de um tudo E fugindo da realidade do mundo, Ao ler “A Escrava Isaura”, Pela Literatura me encantei.
Já carpi roçado na aurora, Enxada nas mãos calejadas, de sol a sol, o ano inteiro. E, descontente com a lida, poema escrevi, “O colono e o fazendeiro.” Fui jovem avoada, não parava em serviço. Em meio aos reboliços, muito vexame passei – Valha-me São Cipriano! Caluniada, “Carolina do diabo”, até cadeia peguei. Mas nunca emudeci, forte fiquei E as feridas que em minhas pernas ardiam não foram capazes de cessar o meu caminhar, pois meu sonho era maior que a dor – Ainda tinha o mundo para conquistar foi então que, em mim, a vontade de partir Abriu-se feito o nascimento de uma libélula E, encorajada pela ação do tempo, Tomada pela forte intuição do vento, Me deixei levar. Então, em São Paulo, Na Estação da Luz cheguei. A visão pueril que eu fazia desta cidade Logo foi apagada pela dura realidade que aqui enfrentei.